terça-feira, 28 de abril de 2015

Virando a Página

Adoraria contar uma linda história com um sonho, uma visão, um projeto, uma missão... Mas a verdade foge do padrão acima. Tudo se originou de um acidente. Acidente que acabou ficando maior do que a mim mesmo e tomou vida própria.

Em meados de 2008 surgiram alguns conflitos pessoais sobre homossexualidade e fé.

Percebi que os recursos disponíveis na época eram insuficientes para sanar meus questionamentos e me apresentar um caminho sólido para trilhar.

Comecei então a difícil jornada de recolher informações sobre o assunto.

Minha ignorância no assunto e minha sede pela verdade me levaram a estudar algumas vertentes do assunto, incluindo: abordagem tradicional, teologia inclusiva, casos de mudanças e casos de grandes decepções em tentativas de reorientação sexual.

Como dito acima, por se tratar de um acidente, algumas datas me fogem da memória, mas creio ser por volta de 2009 que algumas coisas começaram a tomar forma.

Comecei a conversar sobre o que estava estudando com algumas pessoas na rede social Orkut, na época não havia um espaço virtual descente para pessoas que queriam entender melhor a atração pelo mesmo sexo, então conversava com pessoas em comunidades de teologia inclusiva. Isso me trouxe uma bagagem muito grande. 

Inclusive, foi assim que nasceu a imagem do “Félix”. Me chamo Lucas Félix, mas sempre achei “Lucas” um nome muito comum e achei que “Félix” traria mais expressão e seria mais fácil de ser lembrado pelas pessoas. Dito e feito! Ironicamente me chamavam de “Gatinho Félix” e eram frequentes os desafios, no qual costumam me perguntar “se o gatinho ia responder ou beber leite”.

Ao contrário do que alguns podem imaginar, eu sempre respeitei e sempre fui respeitado, fiz amizades daquela época que cultivo até hoje, mesmo estando em uma linha de trabalho diferente.

Com o tempo fui percebendo que ali não era o exatamente o meu lugar. Frequentemente tinha meus comentários ou posts apagados sem nenhuma justificava. Aquele garoto que havia entrado em contato para aprender e tirar dúvidas, depois de um tempo passou a ser considerado uma “pedra no sapato” daqueles que estavam convictos de suas crenças e posições.