quarta-feira, 27 de maio de 2015

O Fim da Amizade

Como a confusão sexual corrompeu a amizade entre homens

Um filme de Hollywood se tornou um ponto de destaque na cultura americana em 2005. Embora não tenha sido exatamente um campeão de bilheteria, o Segredo de Brokeback Moutain, estrelando Heath Ledger e Jake Gyllenhal como dois cowboys ligados por um romance homossexual, foi aclamado pela crítica e promovido exaustivamente pelos meios de comunicação. A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas o premiou com três Oscars, em 2006, incluindo Melhor Direção e Melhor Roteiro Adaptado.

Dirigido por Ang Lee, o segredo de Brokeback Mountain baseia-se em uma pequena história que tem o mesmo título, escrita por Annie Prolux. A história é bem vívida, retratando um romance homossexual inesperado entre dois cowboys que se viram sozinhos numa barraca. À medida que a história se desenvolve, o relacionamento homossexual continua até que os dois homens se casam e cada um estabelece sua família.

Tanto a história como o filme incluem sexo explícito e retratam a dor e a turbulência sentidas pelas famílias dos dois homens, enquanto eles experimentam, periodicamente, o que é descrito como “viagens para pescar nas quais não há pescaria”. Apesar disso, o filme apresenta o romance homossexual como um relacionamento a ser admirado – insinuando que, se nossa sociedade se livrasse de suas inibições quanto à homossexualidade, esses homens poderiam ter prosseguido o seu relacionamento, vivendo sempre juntos e felizes.

Em um sentido, o verdadeiro significado de O segredo de Brokeback Mountain não tinha qualquer interesse especial para a cinematografia. Em vez disso, estava plenamente relacionado à nossa cultura e ao colapso da ordem sexual. O segredo de Brokeback Mountain representa algo novo nas principais tendências culturais – uma celebração do romance homossexual na tela gigante. O próprio fato de que esse filme estrela dois atores relativamente jovens, bem conhecidos, e de que atraiu a atenção lisonjeira dos críticos de Hollywood indica que algo bastante sério está em progresso. Realmente não é importante que todos tenham visto o filme. Agora que essa barreira cultural foi derrubada, exibições de relacionamentos e romances semelhantes deverão, com certeza, infiltrar-se no entretenimento popular – e rapidamente.

Anthony Esolen, professor de Inglês, no Providence College, em Providence, Rhode Island, adverte que esse colapso da ordem natural do sexo tem levado à morte da amizade – particularmente, à morte da amizade entre homens.

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Homossexualidade Masculina: Está Resolvido?


"Não se curam os homossexuais, a despeito de serem absolutamente curáveis." Jacques Lacan, psicanalista francês.

De acordo com o psicólogo Fabrício Viana, a atração pelo mesmo sexo não faz parte do currículo dos
cursos de Psicologia no Brasil. Em seu livro O Armário, o Dr. Fabrício Viana afirma que, durante todos os anos de faculdade, seus professores jamais mencionaram sequer a existência da homossexualidade e dos homossexuais.(1)

Outros profissionais da Psicologia atestam a afirmação do Dr. Fabrício Viana. O professor Fernando Silva Teixeira Filho, Ph.D em Psicologia Clínica pela UNESP, por exemplo, reconhece que “a homossexualidade, ainda hoje, é abordada com pudor, medo, silêncio”. (2) Nesse mesmo sentido, a sexóloga e terapeuta Rinna Riesenfeld, em seu livro Papai, Mamãe, Sou Gay!, afirma que médicos, psicólogos e psiquiatras conhecem muito pouco sobre a homossexualidade.(3)

Ao que parece, muitos especialistas assumem que os profissionais da saúde mental desconhecem a atração pelo mesmo sexo e as vicissitudes do comportamento homossexual. Apesar disso, muitos psicólogos, psiquiatras, psicanalistas e sexólogos aparecem regularmente na mídia afirmando que algumas pessoas nascem homossexuais e que não existe nenhuma droga, cirurgia ou psicoterapia que possa auxiliar aqueles que pretendem se livrar da homossexualidade.

De acordo com o que você leu até agora, a homossexualidade – tal como a conhecemos nos dias de hoje – nunca existiu em nenhum momento da história da humanidade nem em qualquer região geográfica deste planeta. Além disso, as evidências científicas não permitem afirmar com a mínima racionalidade que a atração pelo mesmo sexo decorre de fatores genéticos, hereditários ou hormonais. Entretanto, existem estudos científicos que atestam a importância do ambiente na formação da identidade de gênero e da personalidade. Esses estudos comprovam, ainda, que é possível mudar a orientação sexual e que essa mudança não traz nenhum efeito colateral para quem a realiza com sucesso. Apesar de tudo isso, lamentavelmente, o Conselho Federal de Psicologia (CFP) atrapalha a vida de quem deseja simplesmente se livrar da atração pelo mesmo sexo e viver de
acordo com seu próprio sexo biológico.

segunda-feira, 18 de maio de 2015

O Mito da Homossexualidade Animal


Em seu esforço para apresentar a homossexualidade como normal, o movimento homossexual (1) virou sua atenção para a ciência para provar três maiores premissas:

1. Homossexualidade é genética ou inata;

2. Homossexualidade é irreversível;

3. Na medida em que animais se engajam em comportamento sexual do mesmo sexo, a homossexualidade é natural.

Entusiasticamente sabedora de sua inabilidade em provar a primeira das duas premissas, (2) o movimento homossexual firma suas esperanças em uma terceira, a "homossexualidade animal". (3)

ANIMAIS FAZEM, ASSIM É NATURAL, CORRETO?

O argumento por trás da teoria da "homossexualidade animal" pode ser resumida como se segue:

- Comportamento Homossexual é observável em animais.

- Comportamento animal é determinado pelos seus instintos.

- A natureza requer que animais sigam seus instintos.

- Portanto, a homossexualidade está de acordo com a natureza animal.

- Desde que o homem também é animal, a homossexualidade deve também estar de acordo com a natureza humana.

Essa linha de raciocínio é insustentável. Se aparentemente os atos "homossexuais" entre animais estão de acordo com a natureza animal, então a matança paterna da prole e devora entre espécies estão de acordo com a natureza animal. Induzir o homem ao interior da equação complica as coisas mais adiante. Nós estamos para concluir que o filicídio e o canibalismo estão de acordo com a natureza humana?

Em oposição a essa linha de raciocínio, esse artigo sustenta que:

1. Não há "instinto homossexual" em animais,

2. A ciência é pobre em "ler" motivações humanas e sentimentos no interior do comportamento animal, e

3. Comportamento irracional animal não é parâmetro para determinar o que é comportamento moralmente aceitável para homem racional.

sexta-feira, 15 de maio de 2015

Rumo à Masculinidade

Era uma sala na qual eu havia estado, pela última vez, quarenta anos antes. Quando eu estudava na Universidade John Hopkins, era o refeitório dos dormitórios. Agora, era uma sala de reunião para organizações estudantis. Nesta tarde de sexta-feira, estava sendo utilizada pelo grupo da Associação Cristã Hopkins InterVarsity. Dois dos seus líderes haviam se envolvido em uma controvérsia a respeito de homossexualismo, e antes que a discussão se estendesse aos membros da comunidade gay do campus, os estudantes cristãos queriam se informar melhor a respeito do assunto. Eu fui um dos palestrantes escolhidos. Não apenas eu havia sido aluno da escola, mas era o fundador e diretor do Regeneração, um dos mais antigos e maiores ministérios "ex-gay" da rede mundial de ministérios Exodus para homens e mulheres buscando superar a homossexualidade.

Ao longo dos anos, muitas coisas haviam mudado, além da sala. A universidade tinha crescido muito, e o corpo estudantil era muito mais diverso. Na minha época, metade dos estudantes eram rapazes da cidade de Baltimore estudando em Hopkins, não apenas porque era uma boa escola, mas porque nossos pais não poderiam pagar uma mudança para estudar mais longe. Agora, uma parcela relativamente reduzida dos estudantes era de Baltimore. Quando eu estudava lá, os alunos eram todos homens e maioria deles, brancos. Esquadrinhado os rostos dos mais de cem estudantes reunidos naquela noite de sexta, os rapazes brancos eram minoria. Nos anos 50, não existiam organizações como o grupo InterVarsity. Para a maioria de nós, um cristão era uma pessoa boa – como eu – que ia à igreja. Isso era tudo que tínhamos em comum, portanto não havia muita razão para fundar uma organização.

Mas para mim, pessoalmente, as mudanças na universidade, na sala e no corpo estudantil, eram secundárias. Parado lá, pensei no jovem que havia estado naquela sala há tantos anos atrás; um jovem em escravidão secreta à homossexualidade, um „nerd‟ que de alguma forma entrou em uma fraternidade, mas vivia com terror de que seus irmãos descobrissem sua verdadeira natureza, alguém que já era um mestre em levar uma vida dupla, um homem religioso, mas que não conhecia ao Senhor. Agora, aqui estava eu, 39 anos depois, um cristão, um marido, um pai, um avô, um homem confortável com sua masculinidade, apto para compartilhar com alegria e confiança o que Deus havia feito em minha vida.

Por mais vibrante que fosse experimentar este extraordinário contraste, minha alegria e entusiasmo se elevaram ainda mais ao perceber algo. No momento em que eu estava de pé diante do grupo InterVasity da Hopkins, a 40 quilômetros dali, em frente a um grupo InterVasity muito maior na Universidade de Delaware, estava Estevão Medinger, meu filho. Estevão, um calouro em Delaware, era um dos líderes do grupo cristão e co-liderava as reuniões de sexta à noite. Estevão nasceu 18 meses depois de minha libertação da homossexualidade. Pai e filho: nunca essa frase teve tanto impacto em mim.

Logicamente, eu compartilhei com o grupo de Hopkins a história dos meus 17 anos de atividade na homossexualidade, meus esforços frustrados para mudar a mim mesmo, e minha dramática conversão e libertação da escravidão sexual que havia sido parte de minha homossexualidade. Não havia tempo para compartilhar com eles as outras profundas mudanças que haviam ocorrido nos anos após minha conversão, mudanças que eu podia ver tão claramente naquela noite, mudanças que me haviam trazido à plenitude de minha masculinidade.

Este não é um livro de testemunho (embora meu testemunho esteja incluído como apêndice A para aqueles interessados), mas muito do que direi aqui é baseado em minha própria experiência de crescimento e amadurecimento na masculinidade, um processo que praticamente parou quando eu era um adolescente e que não recomeçou até depois de minha conversão, aos 38 anos.

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Sexualização das Necessidades Emocionais

Necessidades sexuais são naturais a seres sexuais. São o resultado do funcionamento biológico e a necessidade humana pela intimidade romântica. Não há nada mórbido ou incomum nisso.

Necessidades sexualizadas, no entanto, executadas em um rumo diferente. Essas necessidades emocionais são expressas indiretamente através da atividade sexual. Encenadas por uma espécie de pantomima sexual. As necessidades, por elas mesmas, são geralmente legítimas, porém, o veículo usado para expressá-las, não.  Podemos ver uma série de exemplos de necessidades emocionais sexualizadas no cotidiano. Grande parte dos homens usa o sexo como meio de certificarem-se de que são viris, competentes e másculos. Deleitam-se em sexualidade na conquista de mulheres, e então se gabam de suas conquistas com outros homens, levando-os a se sentir viris e completos. Naturalmente, seu desejo de convicção é legítimo, e compreensível. Mas explorar sexualmente as mulheres é um meio ilegítimo de satisfazer a esse desejo. De igual modo, muitas mulheres são promiscuas não por que estão desesperadas por sexo, mas porque durante o sexo elas são levadas a se sentirem especiais e cuidadas. Novamente, suas necessidades são perfeitamente normais, mas o método de satisfação a essas necessidades é imoral, até mesmo perigoso.

segunda-feira, 11 de maio de 2015

Superando Pornografia Gay com a Terapia Reparativa : Identificando três necessidades básicas

A fácil disponibilidade de pornografia e o vício consequente tem alcançado proporções epidêmicas e isso a mídia continua a ignorar. Para o homem com atração pelo mesmo sexo, pornografia gay torna-se um problema em particular por causa dos desejos naturais, mas os desejos são frustrados.
Como eu trabalho com homens com atração pelo mesmo sexo, torna-se evidente para eles que sua atração aparece muitas vezes no aparente cumprimento de três impulsos emocionais: (1) Inveja do corpo, (2) atitude de afirmação e (3) Compartilhamento de sentimentos. A imagem não se encaixa a cada homem com atração pelo mesmo sexo (como eu sempre digo aos meus clientes: "Se o que eu falo não soa verdadeiro para você, então vamos abordar esta questão de forma diferente), mas isso se encaixa na realidade de muitos homens. Quando isso é aceito tentamos trabalhar com a imagem do pornô para diminuir seu poder. Nós não precisamos usar imagens pornográficas explícitas, na verdade, a experiência clínica tem mostrado que as imagens não-explícitas do corpo masculino pode ser tão eficaz. Por isso, vamos analisar cada uma das três unidades emocionais discutidos acima, e veja como elas são representadas no pornô gay.

sábado, 9 de maio de 2015

Relatos de Casos de Terapia Reparativa

Utilizando transcrições reais de sessões gravadas em fitas-cassete, este livro utiliza os princípios básicos de meu trabalho anterior, mais técnico, Terapia Reparativa da Homossexualidade Masculina. Nesse livro, é possível encontrar exemplos claros da forma como trabalho com meus pacientes enquanto enfrentam as distorções que escurecem suas verdadeiras identidades masculinas.

Foram necessárias algumas restrições nas expressões verbais e uma simplificação dos termos clínicos para destacar os temas do processo de reparação. Além disso, para preservar a privacidade dos pacientes, cada caso aqui apresentado é um misto de experiências de diversos indivíduos com problemas similares. Nenhum caso se adapta detalhadamente a um único paciente. Qualquer fato que aponte para uma pessoa concreta é pura coincidência.

O Movimento de Libertação Gay tem alcançado grande êxito por meio do drama dos testemunhos pessoais. Quando todos os argumentos teóricos, tanto os que eram a favor quanto os contrários à ideia da homossexualidade como patologia, foram apresentados à Associação Psiquiátrica Americana (APA) em 1973, foi a perspectiva sociopolítica que teve maior influência. Ouvindo algumas histórias pessoais de frustração no tratamento de alguns gays, a associação psiquiátrica suprimiu a homossexualidade como categoria de diagnóstico.

Agora, exatamente 20 anos depois, oferecemos o lado oposto do testemunho pessoal, o dos homossexuais que tentaram aceitar uma identidade gay, mas que não se sentiram satisfeitos e logo se beneficiaram da psicoterapia para ajudá-los a libertar-se do conflito de identidade de gênero que reside por detrás da maioria dos casos de homossexualidade.

Ainda que a história de cada paciente seja única, escolhi oito homens como representantes das personalidades que encontrei ao longo dos doze anos em que tratei a mais de 200 pacientes homossexuais. Cada paciente possui algum dos aspectos presentes nesses oito homens – como a fragilidade de Albert, a integridade de Charlie, a ira de Dan, o narcisismo de Steve e a ambivalência
de Roger.

Alguns leitores podem surpreender-se com o estilo direto de minha intervenção terapêutica. Em parte, essa impressão pode dever-se à síntese editorial da transcrição. Por questões de brevidade e clareza, algumas das sutilezas podem ter sido supridas. Por outra parte, a terapia reparativa requer um terapeuta mais aplicado – um “provocador benevolente”, que saia da tradição de analista não aplicado e opaco para converter-se em uma presença masculina relevante.

O terapeuta deve equilibrar espírito ativo com o ânimo vigoroso para seguir o modelo pai-filho e mentor-aluno. Esse é um princípio essencial para a terapia reparativa.

A terapia reparativa não explica todas as formas de homossexualidade, senão somente a síndrome predominante que encontrei em minha consulta. Essa terapia não é para todos os homossexuais. Alguns podem preferir a Terapia da Afirmação Gay. Muitos homossexuais preferem pensar: “eu nasci desta forma”, evitando, assim, trabalhar os problemas dos quais tratamos aqui.

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Homossexualidade: 1 Problema, 3 Soluções

Hoje existem duas fortes linhas de pensamento, a primeira que considera a homossexualidade como inata; a corrente do “SER”. E a segunda que considera a homossexualidade como um comportamento aprendido; a corrente do “ESTAR”. Muito se tem discutido sobre isso, tanto na genética como na psiquiatria.

Em geral, o assunto é mais complexo do que ser “inato” ou “aprendido”. Se observarmos a natureza, muito do que consideramos “inato” é aperfeiçoado durante o desenvolvimento do indivíduo e muito do que consideramos “aprendido” já era esperado devido a uma pré-disposição genética, que não determina uma ação, mas a influencia de modo considerável.

Enquanto a teoria se desenrola, a prática quase se generaliza, independente da linha de pensamento a conclusão para o homossexual é a mesma, de um lado se diz “Sou gay... E agora?” e do outro “Tenho problemas com a homossexualidade... E agora?”

A homossexualidade é um problema para uma parte considerável dos homossexuais, aos quais sequer se intitulam como tais mas reconhecem em si tais desejos. Podendo ser um problema religioso, social, ou até mesmo egodistônico, no qual a pessoa rejeita os comportamentos e sentimentos independente de fatores ou de aceitação externa.

Diante desse fato, a pessoa encontra três soluções: Esperança, Aceitação ou Luta.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

O Rei Pescador

Nossa história começa com o Castelo do Graal e seus terríveis problemas, pois o Rei Pescador, monarca do castelo, foi ferido. Seus ferimentos são tão graves que o impedem de viver, mas, por outro lado, não o levam à morte. Ele geme, ele grita, ele padece o tempo todo. A propriedade é uma desolação só, pois as terras espelham as condições de seu rei, tanto na dimensão mitológica quanto na física. Assim, pois, o gado não mais se reproduz, as plantações não vingam, os cavaleiros são mortos, as crianças ficam na orfandade, as donzelas choram, há lamentos e gemidos por toda parte - tudo porque o Rei Pescador está ferido.

A ideia de que o bem-estar de um reino depende da virilidade ou do poder de seu governante é bastante comum, especialmente entre os povos primitivos. Nas áreas menos civilizadas do mundo ainda existem sociedades onde o rei é executado quando não mais pode gerar descendência. Simplesmente o matam em meio a cerimônias, algumas vezes vagarosamente, outras, de formas horríveis. A crença é a de que o reino não vai prosperar sob um rei fraco ou enfermiço.

Assim, o Castelo do Graal está com sérios problemas porque o Rei Pescador está ferido. O mito nos conta que um belo dia, anos atrás, ainda durante a adolescência, ele estava percorrendo os bosques, praticando para ser um cavaleiro andante, quando deparou com um acampamento abandonado. Curiosamente, porém, havia um salmão (O "peixe da sabedoria" - Salmon of Wísdom - da tradição céltica, que queima as mãos, mas que uma vez na boca) sendo assado num espeto.

Faminto, serviu-se de um pedaço do peixe, sem perceber que estava muito quente. Seus dedos se queimaram de uma forma horrível. Deixou o peixe cair e levou os dedos à boca para aliviar a dor. Ao fazê-lo, pôde sentir um pouco do gosto do salmão, um gosto que jamais poderá esquecer. Essa é a ferida do Rei Pescador, assim chamado por ter sido ferido por um peixe, e que empresta seu nome ao que rege boa parte da psicologia moderna. O homem que sofre, hoje, em nossos dias, é o herdeiro direto desse evento psicológico, que culturalmente teve lugar há coisa de oitocentos anos.

Outra versão da mesma história diz que o jovem Rei Pescador, subjugado pelo amour, saiu em busca de alguma experiência para satisfazer sua paixão. Outro cavaleiro, um muçulmano, após haver tido uma visão da Cruz Verdadeira, saiu para encontrar uma manifestação de sua busca. Os dois se encontraram face a face e, como bons cavaleiros, baixaram o elmo e prepararam a lança para se baterem. O choque foi terrível, o cavaleiro muçulmano foi morto e o Rei Pescador foi ferido na coxa, o que arruinou seu reino por anos e anos.

Que espetáculo! O cavaleiro que teve a visão e o cavaleiro da sensualidade batem-se num combate mortal. Instinto e natureza, de repente, sendo atingidos pela visão de uma "colisão" espiritual. Assim é o cadinho dentro do qual é forjado ou o mais alto nível de evolução ou um conflito fatal, capaz de promover a destruição psicológica.

Até tremo ao ver as implicações de tal embate, pois ele nos deixa o legado da morte de nossa natureza sensual e um ferimento "terrível em nossa visão cristã. Dificilmente o homem de hoje se livra dessa colisão em algum momento de sua vida, o que poderá levá-lo a terminar nesse estado descrito em nossa história: sua paixão é morta e sua visão, muito ferida.

A história de São Jorge e o dragão, que foi adaptada de um mito persa do tempo das Cruzadas, diz mais ou menos a mesma coisa. Em sua luta contra o dragão, ele e seu cavalo são mortalmente feridos e teriam morrido não fosse a coincidência de um pássaro bicar uma laranja (ou uma lima) da árvore sob a qual jazia São Jorge, e uma gota do suco vital cair em sua boca.

Levantou-se e, sem perda de tempo, espremeu um pouco do elixir da vida na boca de seu cavalo e o reviveu. Ninguém pensou em reviver o dragão.

Há muito o que aprender com o símbolo do Rei Pescador ferido. O salmão, ou mais genericamente o peixe, é um dos símbolos de Cristo. Como na história do Rei Pescador que descobre o salmão sendo assado, um garoto, nos primórdios de sua adolescência, toca algo da sua natureza crística, no seu íntimo - que é seu processo de individuação -; só que o faz  prematuramente, sem nenhum preparo. Ao ser ferido por ele, deixa-o cair por estar quente demais. Mas, ao levar o dedo queimado à boca, prova seu sabor, e esse gosto jamais será esquecido. Seu primeiro contato com o que mais tarde virá a ser sua redenção, causa-lhe uma  ferida. É o que o torna um Rei Pescador ferido. O primeiro lampejo de consciência no jovem aparece sob a forma de uma ferida ou um sofrimento.

Muitos homens ocidentais são Reis Pescadores, e todo garoto ingenuamente tropeça em algo que é muito grande para si. Ele dá um passo na direção de seu desenvolvimento masculino, mas, por estar quente demais, "deixa-o cair". É natural que apareça nele uma certa amargura: como o Rei Pescador, ele ainda não consegue viver com essa nova consciência, que ele tocou mas ao mesmo tempo não é capaz de "deixá-la cair" totalmente.

Todo adolescente recebe sua ferida-Rei-Pescador. Não fosse assim, jamais conseguiria a consciência. Se você quiser compreender um jovem que já passou pela puberdade é preciso que isso fique bem claro. Virtualmente, todo menino tem as feridas do Rei Pescador. É o que a Igreja chama de felix culpa, ou seja, a queda feliz que conduz o indivíduo a seu processo de redenção. É a queda do Jardim do Éden, ou seja, a evolução da consciência ingênua à total consciência do self.

domingo, 3 de maio de 2015

Desenvolvendo o Desejo Heterossexual

Parece que o desenvolvimento da atração heterossexual é algo que algumas pessoas estão interessadas, e eu vou dizer a vocês a minha opinião: não sabemos muito sobre isso, por ser uma área onde não há um monte de boas informações sobre o assunto. Até agora, tanto quanto eu posso dizer, muito do que ouço as pessoas falando sobre o desenvolvimento da atração heterossexual implica simplesmente em "Bom, simplesmente quando eu obtenho essas necessidades de ligação pelo mesmo sexo satisfeitas, meu isolamento defensivo se dissipa, então eu consigo toda essas necessidades internas satisfeitas, e de repente, eu começo a ficar atraído por mulheres".

E eu vou te dizer que, francamente, eu não vejo isso acontecendo com muita frequência. Esse não parece ser o caminho. Eu não vejo isso ocorrendo espontaneamente entre os homens que dizem "Eu realmente não experimento esse tipo de atração”.

E então você ouve um monte de histórias, e muitas dessas histórias assustam um monte de gente. Todo mundo aqui já ouviu essas histórias - sobre o cara que se casou, e depois de ter sido casado por um, cinco ou dez anos, ele decidiu então dizer "Eu não aguento mais. Eu tenho que admitir quem eu sou". E ele deixa sua esposa e as crianças. Ele se divorcia. É horrível e é uma tragédia terrível. E, claro, no fundo foi um terrível, terrível líder religioso que lhe disse para se casar porque essa ação iria resolver todos os seus problemas. Mas, pelo amor de Deus, isso não funciona. E assim, acaba sendo apenas uma história terrível. E essas histórias se proliferam e você ouve muitas e muitas delas por aí.Vou ser franco, eu sou um pouco suspeito, porque nas histórias (e posso escrever uma dessas histórias) acaba sendo uma história padrão, como "Eu era um grande cara. Eu fiz tudo certo. Eu era tão digno. Eu estava tão maravilhoso (e talvez eles estivessem mesmo). Então, de repente, do nada, estes sentimentos de atração pelo mesmo sexo tomaram conta de mim, me derrubaram, me arrastaram para fora. Eu tive que deixar minha esposa e filhos, foi simplesmente terrível".

Mas você não costuma ouvir os detalhes dessas histórias. Você não costuma ouvir sobre a vida fantasiosa dessa pessoa. As coisas que eles estavam fazendo em privado. Os sites que estavam acessando. Os comportamentos que estavam tendo antes do casamento. O sigilo. Estes outros tipos de comportamento nunca entram nessas histórias. E eu sou curioso. Estou curioso a respeito disso. Estou pensando sobre isso. Porque a minha experiência diz que esses eventos não acontecem muitas vezes “de repente, do nada". Existem padrões, há coisas que estão acontecendo de errado que não são consertadas, que ocorrem, e que não são faladas e nem discutidas. No entanto, essas histórias são preocupantes, e devem ser preocupantes.