quarta-feira, 6 de maio de 2015

Homossexualidade: 1 Problema, 3 Soluções

Hoje existem duas fortes linhas de pensamento, a primeira que considera a homossexualidade como inata; a corrente do “SER”. E a segunda que considera a homossexualidade como um comportamento aprendido; a corrente do “ESTAR”. Muito se tem discutido sobre isso, tanto na genética como na psiquiatria.

Em geral, o assunto é mais complexo do que ser “inato” ou “aprendido”. Se observarmos a natureza, muito do que consideramos “inato” é aperfeiçoado durante o desenvolvimento do indivíduo e muito do que consideramos “aprendido” já era esperado devido a uma pré-disposição genética, que não determina uma ação, mas a influencia de modo considerável.

Enquanto a teoria se desenrola, a prática quase se generaliza, independente da linha de pensamento a conclusão para o homossexual é a mesma, de um lado se diz “Sou gay... E agora?” e do outro “Tenho problemas com a homossexualidade... E agora?”

A homossexualidade é um problema para uma parte considerável dos homossexuais, aos quais sequer se intitulam como tais mas reconhecem em si tais desejos. Podendo ser um problema religioso, social, ou até mesmo egodistônico, no qual a pessoa rejeita os comportamentos e sentimentos independente de fatores ou de aceitação externa.

Diante desse fato, a pessoa encontra três soluções: Esperança, Aceitação ou Luta.

1. Esperança

Muitas pessoas, principalmente as mais jovens, esperam que a homossexualidade desapareça assim como apareceu, sem explicação e sem aviso.

Esse conceito de esperança, em geral, está mais presente naqueles que não buscam o conhecimento sobre a homossexualidade e nem buscam o autoconhecimento, fazendo com que a homossexualidade seja uma nuvem carregada, ao qual espera ser passageira.

É uma característica muito comum em pessoas religiosas que esperam ou buscam uma intervenção divina para solucionar o problema.

Não nego a existência, há relatos de pessoas que se converteram e não apenas abandonaram a prática, mas superaram a tendência sem nenhum recurso adicional além da fé. Lembrando que o abandono da prática e a superação da tendência e dos desejos são coisas completamente diferentes.

Esses casos são literalmente milagres, até mesmo as pessoas que os contam os qualificam como tal. Vale a pena lembrar que milagres são casos extraordinários, ou seja, além do comum. Sendo assim, não se pode traçar isso como caminho comum e nem incentivar que as pessoas vivam simplesmente a espera de um milagre, pois se cada homossexual que buscar um milagre, o conseguir, tal fato deixa de ser milagre e passa a ser um rito comum, coisa inexistente.

Concordo que a homossexualidade (tendência e atração) não é da responsabilidade do indivíduo, mas isso não lhe dá o direito de que isso se resolva, seja por ordem natural ou divina. 

Apesar de ser uma característica mais forte entre religiosos, há casos assim também fora desse ambiente, no qual a pessoa simplesmente espera que com os anos, novas experiências aconteçam e isso traga o amadurecimento necessário para se superar tal problema.

Lado Positivo: A pessoa não vive com o foco na homossexualidade e é capaz de desenvolver outras atividades e amadurecer. Não viver em função da homossexualidade é sempre benéfico.

Lado Negativo: Esse caminho não costuma ser eficiente e geralmente leva a pessoa à decepção religiosa ou à fase de “aceitação”, mas geralmente à aceitação tardia.

2. Aceitação

Quando digo “aceitação”, não me refiro à aceitação da homossexualidade em comportamentos e prática. Por exemplo: “Já que estou (ou sou) assim, vou vivenciar a prática”.

Esse conceito de aceitação está mais próximo de “adaptação” à homossexualidade. Diante da incapacidade de uma vida diferente que envolva um casamento ou planejamentos semelhantes, a pessoa se adapta com uma vida sem a opção do matrimônio (o termo correto seria celibato, mas não o uso devido à má interpretação do termo que o liga a uma vida religiosa, então uso “vida sem matrimônio” para ficar mais fácil o entendimento geral).

Evidente que seu maior conflito será a solidão conjugal, mas isso não significa a solidão absoluta ou um voto de eremita moderno. É uma situação socialmente aceita, hoje muitos optam por não se casar e nem por se envolver sexualmente com ninguém e se dedicam a outras coisas, como carreira, religião, hobby e vivem muito bem dessa forma.

Não é infeliz a pessoa que se adaptada a essa situação, muito pelo contrário, infeliz é aquele que busca a felicidade em um semelhante.

Entre religiosos é muito comum a ideia de “aceitar a própria cruz”, “espinho na carne”, “aceitar o próprio sofrimento”, “perceber nisso a chance de se dedicar mais a Deus”...

Ao meu ver nenhuma dessas ideias são direcionadas especificamente para a homossexualidade, mas é uma interpretação baseada em cima da incapacidade.

Lado Positivo: Depois de superar o mito “solidão igual depressão” a pessoa encontra suas boas razões para abraçar esse estilo de vida, descobre formas de se adaptar, encontra prazer em outras tarefas e vive tão bem ou até melhor do que aqueles que se casam. Diante da impossibilidade de se casar, o amadurecimento leva a pessoa a construir uma família de acordo com suas capacidades, seja uma família religiosa (entrando ou não numa missão que a ampare futuramente), ou uma família de amigos. Realmente há amigos que cumprem muito bem o seu papel e não são raros os casos de amizade e companheirismo para a vida toda.

Lado Negativo: Preocupação com o futuro, encarar a terceira idade sem uma família é muito mais difícil e isso é algo que geralmente as pessoas não pensam ao abraçar esse estilo de vida. Muitos se preocupam com a solidão momentânea e se esquecem da solidão futura. Optando por não enfrentar a homossexualidade, a pessoa opta por também não enfrentar os seus problemas, o que a impede de avançar em alguns pontos.

3. Luta

Deixei essa opção por último por entender que é a mais procurada, porém a menos realizada.

O caminho não é fácil para aqueles que esperam superar a homossexualidade e nem para aqueles que abraçam uma vida de solidão conjugal, as dificuldades são reais e imensas, por isso todos costumam classificar como uma “luta”, o que realmente é, mas não é desse tipo de luta que me refiro aqui.

Existe a luta contra a prática, que envolve muitas vezes, carência, solidão, negar a própria vontade, entre outros. Isso são lutas comuns nos dois grupos acima, não quero aqui desmerecer quem enfrenta essas grandes dificuldades, também são guerreiros diários, mas nesse ponto não me refiro à luta contra a prática, mas contra a tendência (ou desejos, atração... Cada um chama de uma forma) homossexual.

Aqui geralmente é o público da corrente “ESTAR”, aqueles que não afirmam ser homossexuais, mas terem problemas com, ou estar, um comportamento aprendido e coisas assim.

Se a pessoa tem o entendimento de que isso não é inato, é praticamente um impulso comum querer mudar a situação. É dessa luta que me refiro, daqueles que lutam para vencer a homossexualidade, seja minimizando ao máximo a atração sexual pelo mesmo sexo ou desenvolvendo a atração pelo sexo oposto.

Permiti-me ser mais breve nos outros casos, pois existem muito mais informações melhores para eles do que para o terceiro.

Apesar da mídia tentar sufocar esses dados, os números de pessoas que desejam mudar a sua condição por vontade própria é muito significativo. Inclusive acho que esses números deveriam ser melhor explorados para vencer a batalha ideológica no momento. Se existe respeito para a vontade do transexual que deseja mudar sua condição biológica, devido a uma incompatibilidade que se dá no campo psíquico, também se deve respeito à vontade do homossexual que deseja mudar sua condição psíquica.

Resumindo, essas pessoas existem, não são poucas, mas elas não sabem como proceder, por isso, resolvi dividir essa luta em três estágios: Motivação, treinamento e ação.

Motivação

Muitos acham que a maior motivação é a insatisfação com a própria situação, afinal de contas, uma desgraça, sempre nos motiva a melhorar.

Discordo dessa afirmação, pois insatisfação é uma questão emocional e o ser humano é capaz de se adaptar a muitas coisas. Como dito anteriormente, as pessoas conseguem se adaptar a conviver, porém não praticar a homossexualidade e viver bem dessa forma. Inicialmente, as pessoas que abraçam essa ideia não estão muito satisfeitas ou confortáveis em fazer, mas principalmente diante da incapacidade ou indisposição para superar tal comportamento, acabam se adaptando e vivem muito bem. Como já dito, essa atitude não é sinônimo de depressão ou infelicidade. Pelo contrário, infeliz é aquele que busca a felicidade no seu semelhante.

Ao contrário do que muitos pensam, mudar a sua condição não é um “Sonho impossível de Ícaro”. As pessoas que decidem lutar por isso, não estão lutando por um desejo infantilizado. Não se tratam de crianças birrentas querendo superpoderes.

Ainda que a mudança seja desmotivada e até mesmo desacreditada, inclusive em ambientes religiosos, ela é possível. É um fato que não depende das pessoas acreditarem para acontecer. Podemos listar inúmeras superações pessoais que eram desacreditadas e desmotivadas pelas pessoas.

Muito se perde ao ouvir pessoas e não os fatos. A mudança é possível e real, mas isso não significa que vamos sempre encontrar exemplos bem sucedidos, mas se olharmos com atenção, encontraremos avanços e conquistas pessoais, isso é suficiente para manter acesa a chama para trilhar um caminho próprio ao invés de repetir o caminho de outros. A melhor forma de ver que a mudança é possível, não é conhecendo outras histórias, mas sim a sua própria história, seu próprio problema e dificuldade. Vemos traços comuns nos homossexuais, mas raramente traços absolutos, por isso é importante que cada um conheça a homossexualidade e sua aplicação pessoal, pois um pequeno avanço pessoal motiva muito mais do que uma grande conquista alheia.

Muitos líderes e diretores religiosos dizem frequentemente que desmotivam as pessoas para tal luta por não terem recursos a oferecer ou até mesmo para as privarem de sofrimentos futuros, visto que por mais que exista tal mudança, não se trata de um caminho 100% seguro ou com garantia de eficiência, então o melhor é não se arriscar.

Na questão de recursos, tal afirmação expressa um descaso de tais pessoas, hoje existem recursos. Aqui no Brasil, os recursos são poucos, poderia haver mais, se as pessoas se interessassem por isso. Já que os recursos no Brasil são poucos, importemos mais recursos, mas até nisso as pessoas não parecem se importar.

É mais fácil colocar desculpas nos recursos ou os limitar do que os ampliar.

Alguns erroneamente limitam os recursos a cuidados terapêuticos, realizados por profissionais qualificados para tal, como no Brasil bravos guerreiros são raros, algumas pessoas preferem encerrar as possibilidades, mas não é assim, os recursos não se limitam a psicólogos. O ideal seria existir psicólogos capacitados e suficientes, mas já que não existe, consideremos outros recursos, tais como terapias não focadas em reparação mas que tratam das mesmas questões, materiais sobre o assunto como livros, áudios e etc.

Além dos terapeutas existem outros recursos eficientes. Novamente, eu não sou contra o trabalho terapêutico, eu acredito que profissionais capacitados seria o ideal, mas na ausência deles, existem outros recursos. Não sou contra o trabalho terapêutico, mas sou contra aqueles que limitam seus recursos a isso.

A ausência de recursos terapêuticos não pode ser motivo para desmotivar alguém, pois existem outros recursos em vigor. Concordo que nem todos conseguem tirar o melhor proveito desses recursos por conta própria, nessa hora entra o descaso de alguns, que ao invés de se preparar para explicar ou auxiliar tais materiais, preferem privar as pessoas do conhecimento.

Na questão de privar dos sofrimentos futuros, desmotivar a pessoa afirmando ser um caminho difícil e sem 100% de segurança de resultado, o que pode gerar um resultado desastroso, ao meu ver, é o mesmo que uma mulher afirmar que não vai engravidar, pois teme que o filho aprenda a dirigir e morra jovem em um acidente de carro.

Esse tipo de pensamento é o mesmo que impede o avanço, é o medo do novo.

O tratamento de algumas doenças, não eram tão eficazes como são hoje, mas isso só foi possível com o avanço da ciência.

O caminho realmente não é 100% seguro, não é certeza que a pessoa irá desenvolver a atração pelo sexo oposto, mas em quase 100% dos casos é possível ver avanços e uma melhora na qualidade de vida e nas relações pessoais, ainda que a pessoa não tenha desenvolvido a atração pelo sexo oposto, a pessoa encontra avanços pessoais. E isso não deve ser negado. A insegurança não deve falar mais alto do que os fatos.

É importante tirar mitos da desmotivação, principalmente naquilo que envolve a possibilidade, pois o caminho de motivação madura funciona praticamente da seguinte forma:

É possível + eu quero = eu vou buscar
É possível + eu não quero = eu não vou buscar
É impossível + eu quero = não vou buscar
É impossível + eu não quero = eu não vou buscar


Treinamento

Nesse ponto não lidamos com a vontade, se a pessoa ainda não sabe se é realmente isso que ela quer, ela está na motivação.

Se a pessoa realmente quer algo, por mais acomodado que seja, ela vai buscar, então o fator X não é o quanto a pessoa está incomodada com a homossexualidade, mas sim o quanto ela realmente quer uma vida diferente.

Esse querer pode ser motivado por uma questão religiosa, social ou egodistônica.

Na questão religiosa, muitos mudam de religião, ou de posição teológica. Hoje em dia é muito popular no meio religioso, as teologias chamadas “inclusivas” que tentam unir a fé a uma vivência homossexual, a maior parte do público “inclusivo” já tentou mudança na sua condição. 

Uma outra opção são aqueles que se adaptam bem a uma vida casta e religiosa. Existe um grande número de pessoas que vivem dessa forma e como já dito, vivem bem, felizes e satisfeitas.

Na questão social, muitos se resolvem mudando de cidade, conversando com seus familiares, ou encontrando uma comunidade acolhedora na qual se identifiquem. Muitas pessoas desistem de uma mudança interior, depois de modificar o exterior.

Já o egodistônico independe de fatores externos para a sua decisão, evidente que tais fatores o influenciam, mas não de forma determinante.

Geralmente, o perfil comum é um misto dos três, com algum traço de maior peso, mas vemos os três traços. No caso, não existe um traço maior ou melhor, porém, o terceiro costuma caminhar mais, ou pelo menos se manter mais firme na decisão pois é influenciado de forma menor por fatores externos.

Temos aqui a vontade expressa, mas não basta ter a vontade se você não souber por onde agir.

Uma manifestação comum do complexo homossexual é evitar conflitos, e uma necessidade ainda mais comum é ser cuidadoso.

Por isso muitos preferem abraçar a homossexualidade mesmo sem praticar, evitando assim conflitos internos. E muitos preferem esperar um cuidador ou protetor durante a jornada, é o estímulo emocional que falta para muitos.

O primeiro passo é simplesmente se livrar dessas duas ideias.

A jornada se baseia em um caminho de conhecimento, não apenas da homossexualidade, mas de autoconhecimento, que trará conflitos internos e a tentativa de superação intensificará esses conflitos.

Nesse caminho muitos se perdem, pois não basta querer, não basta disposição, são necessárias as ferramentas.

A maioria das pessoas que se dizem cansadas da jornada, muitas vezes estão cansadas de esperar que algo aconteça, estão cansadas de tentar conviver com isso, ou até mesmo cansadas de agir por conta própria, fazendo o que acham que devem e não o que deveriam.

Gosto de usar muito a seguinte analogia:

Se um aluno é reprovado, de quem é a culpa?

Geralmente, o professor culpa o aluno e este culpa o professor.

Existem casos em que realmente o aluno é culpado por não ter se esforçado e existem casos em que o professor é o culpado por não ter se feito entender, mas não podemos esquecer que a metodologia é de peso fundamental.

Hoje vemos na mídia vários casos de pessoas que dizem ter passado por diversas experiências, tanto religiosas quanto terapêuticas visando solucionar a homossexualidade. Vemos inclusive profissionais afirmando que tentaram isso com seus clientes, mas não obtiveram resultado.

Porém, sempre de forma obscura fica no ar qual a metodologia usada nessas experiências. As pessoas tentam mil coisas, mas não basta tentar o certo pelos meios errados. Se boa vontade resolvesse a homossexualidade, não existiriam gays no mundo. Até mesmo os ativistas que batem no peito o dito “orgulho gay” alguma vez na vida já desejaram ser diferentes.

Boa intenção não faz ninguém passar no vestibular, deixar de estudar ou estudar o conteúdo errado também não.

Esse ponto está ligado com o segundo: a necessidade de ser cuidado.

É muito difícil ser autoditada nesse caminho, principalmente pela falta de recursos e por ser um assunto pouco explorado (aqui no Brasil), então o homossexual que encara essa jornada, acaba se esbarrando com alguém, seja um terapeuta, um amigo, um conselheiro, um líder, um diretor espiritual ou qualquer outra pessoa que se disponha a indicar um caminho ou dar algum tipo de boa informação. Nesse momento, a necessidade de ser cuidado desperta, seja de forma romântica, erótica ou simplesmente dependente.

A manifestação dessa necessidade pode ser muito perigosa e prejudicial de forma bilateral, principalmente se feita entre duas pessoas com o problema homossexual, pois nesse caso a relação de dar e receber cuidados pode estar desordenada gerando muito mais problemas do que soluções.

Um grande desafio é não projetar as necessidades emocionais em alguém, mas cuidar delas por si, encontrando maneiras saudáveis e satisfatórias para encarar os próprios problemas. Sou favorável que as pessoas encontrem tutores, mas principalmente que elas saibam a diferença entre serem cuidados e serem direcionados.

Ao homossexual cabe o papel maduro de ter a humildade de receber direções (caso encontre alguém que possa fazer isso), cabe também o discernimento de separar uma direção de um cuidado, mas principalmente não esperar substitutos para os buracos da sua vida. O tutor não é um amigo, não é um irmão e muito menos um pai. Ainda que o tutor possa ter essas qualidades e exercer esse papel, ele não é uma pessoa que vai cuidar ou resolver a homossexualidade da pessoa, mas sim a direcionar para que ela o faça por si mesmo.

Um tutor é necessário até certo ponto, até que a pessoa seja capaz de encontrar e reconhecer bons recursos. Depois disso, o tutor se vai e pode ser que sobre o amigo, o irmão ou até mesmo o pai, porém, muito mais no papel de incentivador do que de solucionador.

Ação

Seria excelente se houvesse uma fórmula ou receita para solucionar a questão da homossexualidade, até mesmo dentro do conceito de “terapia reparativa” as abordagens, apesar de semelhantes não são únicas. Algumas abordagens produzem mais ou menos resultados dependendo da pessoa.

Mas em termos práticos o que pode fazer uma pessoa que deseja superar a homossexualidade?

Primeiro a pessoa precisa saber que assim como as outras duas soluções (esperança e aceitação), uma luta também tem seu lado positivo e negativo.

Lado Positivo: Avanço e amadurecimento pessoal, podendo levar ou não a uma masculinidade (feminilidade no caso das mulheres) madura e desenvolver atração pelo sexo oposto.

Lado Negativo: Ser obcecado no assunto e viver em função disso, dando importância demais a um problema, criando assim um problema maior ainda.

A melhor ação é um ponto de equilíbrio entre as três soluções.

É ter a esperança que anula a autossuficiência e confiar que nem tudo depende de você. Assim como a homossexualidade se desenvolveu devido a uma soma de fatores internos e externos, a superação também se dará com uma soma de fatores e experiências que não dependem unicamente de você.

É também ter a humildade para aceitar a própria realidade com pé no chão, isso envolve reconhecer suas dificuldades e limitações e não querer dar um passo maior do que a sua capacidade. Encontrar uma estabilidade, segurança e satisfação dentro da própria realidade é fundamental para não projetar necessidades em outros ou potencializar neuras.


Mas é também ter a coragem de olhar para a própria realidade e buscar modificá-la, sabendo que isso trará dificuldades, mas que a recompensa honrará os esforços.   

Lucas Félix

7 comentários:

  1. Excelente texto! Parabéns!

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  2. Caramba. com certeza um dos melhores ja escritos em portugues

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  3. Gostei do texto, principalmente ao salientar a parca ou total ausência de recursos outros disponíveis no Brasil que não a psicoterapia. Na verdade, diante do "boom" de igrejas evangélicas no Brasil e, principalmente, pelo modismo em autointitular-se evangélico pela semântica cultural da teologia da prosperidade, muitíssimo pouco tem sido feito para a recuperação de pessoas que desejam deixar seu estado homossexual. No meu caso, por exemplo, na igreja que frequento, a homossexualidade é um tabu, mas eu sei que acontecem n-casos entre alguns membros e a vida cristã acontece naturalmente... Digo isso no sentido do homem natural mesmo, que a própria Bíblia condena. Há uma tendência cada vez mais crescente em se aliar vivências culturais em detrimento de princípios bíblicos imutáveis, de modo que, o que realmente importa é a quantidade de membros que, regularmente, levarão suas contribuições para "a obra de Deus"...
    Eu, conceitualmente, sou homossexual, mas na primeira tentativa (espero que tenha sido a última),de relação com outro homem, não se passou das carícias pois quando nos despimos tive vontade de matá-lo!!! Por isso e por outros motivos e auto-observações que tenho feito em mim mesmo, considero sim, a homossexualidade uma doença, um distúrbio ou outra palavra que o valha... Lá se vão vinte anos depois dessa broxante experiência, mas o pior de tudo é que quando, por vezes, lembro do rapaz, meus desejos homossexuais se reacendem!!! Vai entender... Sei que não estou livre dos desejos ainda, tanto pelo referido rapaz quanto por outros homens que, por algum motivo, me despertam a libido, mas tenho conseguido me ver livre de relacionamentos físicos através da masturbação, o que não ajuda muita coisa, pois a pratico pensando em homens e a idealização que construo de uma experiência impossível de acontecer na vida real me leva, sempre e sempre mais, ao fundo do poço. Olha, espero um dia conseguir vencer minha homossexualidade, mas não acredito muito, pois conheço alguns exgays que dizem sentir, ainda, desejos... Mesmo reprimindo-os, eles continuam lá e, vez por outra, eles também recorrem a uma autoestimulação para cessar esse desejo, ao menos momentaneamente, que ronda seu olhar, seu olfato, sua pele, enfim, toda a sua sensibilidade homomasculinizada...

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    1. Obrigado pelo elogio e cometário!
      Infelizmente a igreja, religiões em geral, não estão preparadas para lidar com o assunto.
      A maior parte desconhece, parte trata a questão de forma leviana e sobram poucos que tratam do assunto com a seriedade devida.
      É necessário olhar a temática além de um olhar espiritual, onde homossexualidade é meramente pecado e desejo sexual é meramente tentação.
      Parte disso é culpa do próprio público que ao lidar com o assunto não amplia o horizonte.
      A maioria prefere uma "oração forte" ou "campanha", "congresso", "cura interior", ao invés de um livro sobre o assunto ou até mesmo um terapeuta.
      Falando em terapia, pode perceber que geralmente quem defende esse tipo de tratamento são profissionais cristãos, não que o restante não concorde, mas o público ao fazer terapia exige um terapeuta cristão.
      Não por menos há quem divulgue "psicologia cristã" afirmando que é necessário uma vida de oração para se livrar da homossexualidade e isso atrai muitos seguidores.
      Lamento muito a falta de recursos, esse blog existe com a finalidade de tentar suprir isso, mas a culpa é bilateral.
      A religião não oferece estrutura, mas o público continua buscando ajuda exclusivamente nela.
      Não quero que ache que sou contra esse tipo de busca de ajuda, não sou! Mas se limitar a isso é o que nos deixa sem recursos.
      Em demais questões, como por exemplo, a libido, por mais que você tenha tido uma péssima experiência homossexual, ela introduziu em você uma forma de se relacionar com o mesmo sexo.
      Desconstruir isso é possível, mas não simples. Envolve memórias, traumas, experiência, consequência...
      Envolve um pouco a questão de possibilidade, nossa libido não é aguçada apenas por admiração, mas por oportunidades tbm. Mudar a mentalidade sobre isso, te pode ser muito positivo.
      Na questão de superação da homossexualidade, particularmente, não acho que a repressão seja o melhor caminho, mas sim um sistema de compensação criando novos hábitos, mentalidade e estilo de vida.
      O assunto não deve ser tratado de forma generalizada e nem de forma banal, então não acho adequado expressar isso de forma ampla em um comentário, mas deixo meu e-mail para caso tenha interesse em conversar mais sobre o assunto.

      Obrigado pela visita!

      felix@bussolamasculina.com

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    2. cara te entendo muito bem. Nunca tive experiencia homo, não cheguei nem a trocar caricias, mas marquei encontros e todos que fui chegava na hora n sentia vontade de fazer nada, via o cara como um amigo, alguem como eu e sempre desistia. Passei a entender que não sou atraído propriamente pelo corpo masculino, mas pelo personagem, perfil imaginário que criei como ideal. Dessa forma ocorria o mesmo q ocorre com vc, na mente ao lembrar dos encontros eu me excitava, mas pessoalmente não. Talvez porque o que excita é a vontade de ter, o desejo inalcançavel e pessoalmente vc ja tem, tá ali a sua disposição, não tem mais aquele brilho do inatingivel. É importante identificar o que te excita pra você trabalhar em cima disso, aprendi muitas coisas que trabalhando diminuiram muito a pontencialidade da minha homosexualidade, se quiser posto aqui algumas. Só comentar que serei notificado. Abraço!

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  4. com certeza um dos melhores escritos em Português²
    confirmou muita coisa que eu fui aprendendo vivendo, só que com uma estrutura textual incrível que me ajudou a reorganizar minhas ideias, meus pensamentos, minha pequena sabedoria. Gostei muito, tive muitos estágios, o ponto negativo de criar um problema maior por se dedicar muito a ele foi uma das últimas coisas que aprendi ultimamente. É necessário mexer nas feridas, tratar os problemas, mas tbm é importante esquecê-los de vez em quando, viver sem neuras, se sentir e dizer pra si msmo que vc é igual e normal como qualquer outro homem.

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